Após a Segunda Revolução Industrial, por volta de 1860, ocorre uma grande mudança no contexto político e econômico da Europa. Agora quem está no poder é a burguesia, que cada vez mais impulsiona um avanço industrial, e porque não técnico cientifico, com o investimento em novas tecnologias como, por exemplo, na energia elétrica, no aço e no petróleo. Essa utilização de novas matérias-primas e fontes de energia causou um processo de democratização da industrialização, onde a Inglaterra estava prestes a perder o monopólio que detinha desde muito tempo, mas principalmente após primeira Revolução Industrial com as máquinas a vapor. Agora, a Bélgica desenvolvia sua indústria a partir de suas minas de ferro e carvão, a França com mais dificuldade devido a falta de minérios em seu território também promoveu mudanças no setor após Revolução 1789, a Alemanha e a Itália desenvolveram suas indústrias após processo de unificação política e etc.
Devido tal avanço, não tardou para que a escassez de matérias-primas se anunciasse, o mercado consumidor se encontrasse saturado e assim emergisse uma crise de superprodução, ou subconsumo, associada ao excedente demográfico desempregado, devido o uso de máquinas. A solução encontrada foi a colonização da África e da Ásia, lugares que poderiam facilmente oferecer mercado consumidor, matéria-prima e lugar para o excedente demográfico.
O intuito era dominar por completo países daqueles continentes, para isso passaram a intervir politicamente, fazendo alianças com a finalidade de estreitar o relacionamento. Era inviável que isso ocorresse sem conflitos entre as potências envolvidas, pois cada qual reivindicava direitos por determinadas regiões. O ápice da corrida imperialista ocorreu em 1885, na Conferência de Berlim. Visando a partilha da África entre os países europeus segundo critérios industriais, onde França e Inglaterra ficaram com a maior parcela desse território devido ao maior avanço industrial, as potências acabaram por dividir o continente sem respeitar as diferenças sociais e culturais existentes, o que explica conflitos civis na região até hoje.
Foram utilizados vários pretextos para tal dominação, como por exemplo, o "fardo do homem branco", colocando o neocolonialismo como uma missão civilizadora humanitária, como um dever do homem branco de "civilizar" o bárbaro; e o "darwinismo social", onde a região que não se adaptasse ao capitalismo não ‘sobreviveria’, por assim dizer.
Houve duas formas de colonização: a direta, onde a metrópole dominou colônia inteiramente, ou seja, política e economicamente; e a indireta, onde a metrópole domina apenas economicamente, havendo assim menos gasto.
Ingleses dominam a maior parte desse continente, incluindo a Índia, onde fizeram ruir a economia local devido à entrada dos produtos industrializados. Nesse contexto, o conflito mais marcante ocorreu em 1858, a Guerra dos Cipaios, onde a Índia passa oficialmente a integrar o império britânico.
Diferenças entre o Neocolonialismo e o 'velho' colonialismo
Vale ressaltar aqui as principais diferenças entre o Neocolonialismo e o "velho" colonialismo. Aquele ocorreu na virada do século XIX para o XX, tinha como alvo a África e a Ásia, seus objetivos em suma eram matérias-primas, mercado consumidor e alívio de contingente populacional, visando suprir interesses de uma burguesia industrial, de um capitalismo monopolista industrial. Esse ocorreu durante os séculos XV e XVI, tinha como alvo o Oriente e a América, onde os Estados Absolutistas visavam acumulação de metais preciosos e obtenção de especiarias tropicais, a mercê de um capitalismo mercantilista comercial.
A Inglaterra, nesse momento, possui o maior império colonial do mundo e a Alemanha, mesmo levando em conta seu gigantesco avanço industrial pós-unificação política, possui um pequeno império. A fim de ampliar seu espaço econômico, a Alemanha passa a pressionar as demais potências, o que constitui um dos fatores responsáveis pela eclosão da Primeira Guerra Mundial.
(UEMT) O colonialismo do século XIX possui características que o diferenciam dos movimentos expansionistas europeus até então praticados. Sobre esse assunto, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
(FGV-SP) A Conferência de Berlim (1884/1885) marca o(a):
(UFPE) A expansão capitalista no século XIX ficou conhecida como imperialismo, e o domínio dos países europeus sobre a África e a Ásia foi denominado neocolonialismo. Sobre o resultado da junção desses dois fenômenos - o imperialismo e o colonialismo - na África e na Ásia, assinale a seguir a alternativa correta.