A chamada "Sabinada" foi uma das revoltas do período regencial, ocorrida nos anos de 1837 e 1838, na então província da Bahia. A Sabinada, como muitas outras revoltas no nordeste brasileiro, foi de caráter autonomista, e promoveu a secessão (temporária) da Bahia do restante do império.
A Sabinada, como a Balaiada, teve como causa central o tratamento dado as províncias pelo governo regencial, especialmente no que tange às reformas centralizadoras e anti-federalistas do regente Araújo Lima, que tolhiam a autonomia das províncias.
Além disso, havia um profundo ressentimento contra os Portugueses, contra os quais os militares haviam lutado duramente para garantir a independência em 1822. Destes muitos permaneciam no Brasil, ocupando altos cargos políticos e militares, além de deterem a maior parte do capital comercial.
O estouro da rebelião se deu mediante a fuga do líder farroupilho Bento Gonçalves, preso no Forte do Mar, em novembro de 1837. Inspirado pelo rebelde gaúcho, Francisco Sabino Vieira, um conhecido médico e jornalista de Salvador, proclamou a República Baiana (chamada de Sabinada por seus detratores), e com a ajuda da guarnição da artilharia do Forte de São Pedro, mandou uma força de soldados à Praça da Piedade para tomar posse da capital. O governo provincial reagiu, e mandou 300 soldados para sufocar a revolta, mas que, convencidos por Sabino Vieira, juntaram-se aos revoltosos e tomaram Salvador, destituindo o presidente da província Francisco de Souza Paraíso, e o comandante das armas, Luís de França Pinto Garcez que fugiram e se refugiaram num navio ao largo da costa bahiana.
Uma vez em posse do governo de Salvador, Sabino pôs-se a nomear seu gabinete, e governou Salvador por pouco mais de 4 meses. No entanto, tendo contra si as elites dos latifúndios do recôncavo bahiano, Salvador permaneceu isolada em revolta, e rendeu-se só após vários dias de escaramuças.
Sabino Vieira fugiu para refugiar-se em uma fazenda do Mato Grosso, onde passou o resto de seus dias. Contudo, a maioria dos rebeldes foi presa e levada à um tribunal composto dos latifundiários do recôncavo, onde foram quase todos condenados e executados. Alguns outros, como João Rios Ferreira e Manuel Gomes Pereira, conseguiram fugir e se juntaram mais tarde a Bento Gonçalves na Revolução Farroupilha.