13 (Unesp 2013 - Primeira Fase)

(Texto e imagem para responder às questões de números 11 a 15)

À árida pupila a doce, a benfazeja / lágrima falta.

A inversão das posições usuais dos termos da oração, provocada pela necessidade de completar o número de sílabas e obedecer às posições dos acentos tônicos nos versos, por vezes dificulta a percepção das relações sintáticas entre esses termos. É o caso da oração destacada, que ocupa o sexto e parte do sétimo versos. Em discurso não versificado, essa oração apresentaria usualmente a seguinte disposição de termos:

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12 (Unesp 2013 - Primeira Fase)

(Texto e imagem para responder às questões de números 11 a 15)

A leitura do soneto revela que o poeta seguiu o preceito parnasiano de só fazer rimar em seus versos palavras pertencentes a classes gramaticais diferentes, como se observa, por exemplo, nas palavras que encerram os quatro versos da primeira quadra, que rimam conforme o esquema ABBA. Consideradas em sua sequência do primeiro ao quarto verso, tais palavras surgem, respectvamente, como

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11 (Unesp 2013 - Primeira Fase)

Instrução: As questões de números 11 a 15 tomam por base um poema de Luís Delfino (1834-1910) e a reprdução de um mosaico da Catedral de Monreale.

Jesus Pantocrátor1

Há na Itália, em Palermo, ou pouco ao pé, na igreja
De Monreale, feita em mosaico, a divina
Figura de Jesus Pantocrátor:
domina Aquela face austera, aquele olhar troveja.

Não: aquela cabeça é de um Deus, não se inclina.
À árida pupila a doce, a benfazeja
Lágrima falta, e o peito enorme não arqueja
À dor. Fê-lo tremendo a ficção bizantina2.

Este criou o inferno, e o espetáculo hediondo
Que há nos frescos3 de Santo Stefano Rotondo4;
Este do mundo antigo espedaçado assoma...

Este não redimiu; não foi à Cruz: olhai-o:
Tem o anátema5 à boca, às duas mãos o raio,
E em vez do espinho à fronte as três coroas de Roma.

(Luís Delfino. Rosas negras, 1938.)

  • (1) Pantocrátor: que tudo rege, que governa tudo.
  • (2) Bizantina: referente ao Império Romano do Oriente (331453 d.C.) e às manifestações culturais desse império.
  • (3) Fresco: o mesmo que afresco, pintura mural que resulta da aplicação de cores diluídas em água sobre um reves tmento ainda fresco de argamassa, para facilitar a absorção da tinta.
  • (4) Santo Stefano Rotondo: igreja erigida por volta de 460 d.C., em Roma, em homenagem a Santo Estêvão (Stefano, em italiano), mártir do cristianismo.
  • (5) Anátema: reprovação enérgica, sentença de maldição que expulsa da Igreja, excomunhão.
Figura de Cristo Pantocrátor(Catedral de Monreale, Itália.)(Catedral de Monreale, Itália.)

Neste soneto de Luís Delfino ocorre uma espécie de diálogo entre o texto poético e uma impressionante figura de Jesus Cristo Pantocrátor, com 7m de altura e largura de 13,30m, criada por mestres especializados na técnica bizantina do mosaico, na abside da catedral de Monreale, construída entre 1172 e 1189. A figura de Cristo Pantocrátor, feita em mosaicos policromos e dourados, pode ser vista ainda hoje na mesma cidade e igreja mencionadas na primeira estrofe. Colocando-se diante dessa representação de Cristo, o eu lírico do soneto

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10 (Unesp 2013 - Primeira Fase)

(A raposa e as uvas - Texto para responder às questões de números 6 a 10)

[...] a injustiça é justa – o sofrimento é alegria.

O impacto estilístico destas duas frases de uma das falas de Cleia se deve à utilização expressiva de _____ entre conceitos.

O termo que preenche corretamente a lacuna é

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9 (Unesp 2013 - Primeira Fase)

(A raposa e as uvas - Texto para responder às questões de números 6 a 10)

Em sua penúltima fala no fragmento, Cleia critica o conceito de “democracia grega”, podendo-se perceber, pelo teor de seu discurso, que

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8 (Unesp 2013 - Primeira Fase)

(A raposa e as uvas - Texto para responder às questões de números 6 a 10)

Considerando-se que os papéis desempenhados pela esposa e pela escrava são reveladores do modo como sentem as condições em que vivem, pode-se afirmar que Cleia e Melita encarnam em cena, respectivamente, dois sentimentos distintos:

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7 (Unesp 2013 - Primeira Fase)

(A raposa e as uvas - Texto para responder às questões de números 6 a 10)

Entre as frases, extraídas do texto, aponte a que consiste num raciocínio fundamentado na percepção de uma contradição:

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6 (Unesp 2013 - Primeira Fase)

Instrução: As questões de números 06 a 10 tomam por base um fragmento de uma peça do teatrólogo Guilherme Figueiredo (1915-1997).

A raposa e as uvas

(Casa de Xantós, em Samos. Entradas à D., E., e F. Um gongo. Uma mesa. Cadeiras. Um “clismos*”. Pelo pótico, ao fundo, vê-se o jardim. Estão em cena Cleia, esposa de Xantós, e Melita, escrava. Melita penteia os cabelos de Cleia.)

MELITA: — (Penteando os cabelos de Cleia.) Então Rodópis contou que Crisipo reuniu os discípulos na praça, apontou para o teu marido e exclamou: “Tens o que não perdeste”. Xantós respondeu: “É certo”. Crisipo continuou: “Não perdeste chifres”. Xantós concordou: “Sim”. Crisipo finalizou: “Tens o que não perdeste; não perdeste chifres, logo os tens”. (Cleia ri.) Todos riram a valer.

CLEIA: — É engenhoso. É o que eles chamam sofisma. Meu marido vai à praça para ser insultado pelos outros filósofos?

MELITA: — Não; Xantós é extraordinariamente intligente... No meio do riso geral, disse a Crisipo: “Crisipo, tua mulher te engana, e no entanto não tens chifres: o que perdeste foi a vergonha!” E aí os discípulos de Crisipo e os de Xantós atiraram-se uns contra os outros...

CLEIA: — Brigaram? (Assentimento de Melita.) Como é que Rodópis soube disto?

MELITA: — Ela estava na praça.

CLEIA: — Vocês, escravas, sabem mais do que se passa em Samos do que nós, mulheres livres...

MELITA: — As mulheres livres ficam em casa. De certo modo são mais escravas do que nós.

CLEIA: — É verdade. Gostarias de ser livre?

MELITA: — Não, Cleia. Tenho conforto aqui, e todos me consideram. É bom ser escrava de um homem ilustre como teu marido. Eu poderia ter sido comprada por algum mercador, ou algum soldado, e no entanto tive a sorte de vir a pertencer a Xantós.

CLEIA: — Achas isto um consolo?

MELITA: — Uma honra. Um filósofo, Cleia!

CLEIA: — Eu preferia que ele fosse menos filósofo e mais marido. Para mim os filósofos são pessoas que se encarregam de aumentar o número de substantivos abstratos.

MELITA: — Xantós inventa muitos?

CLEIA: — Nem ao menos isto. E aí é que está o trágico: é um filósofo que não aumenta o vocabulário das controvérsias. Já terminaste?

MELITA: — Quase. É bom pentear teus cabelos: meus dedos adquirem o som e a luz que eles têm. Xantós beija os teus cabelos? (Muxoxo de Cleia.) Eu admiro teu marido.

CLEIA: — Por que não dizes logo que o amas? Gostarias bastante se ele me repudiasse, te tornasse livre e se casasse contigo...

MELITA: — Não digas isto... Além do mais, Xantós te ama...

CLEIA: — À sua maneira. Faço parte dos bens dele, como tu, as outras escravas, esta casa...

MELITA: — Sempre que viaja te traz presentes.

CLEIA: — Não é o amor que leva os homens a dar presentes às esposas: é a vaidade; ou o remorso.

MELITA: — Xantós é um homem ilustre.

CLEIA: — É o filósofo da propriedade: “Os homens são desiguais: a cada um toca uma dádiva ou um castigo”. É isto democracia grega... É o direito que o povo tem de escolher o seu tirano: é o direito que o tirano tem de determinar: deixo-te pobre; faço-te rico; deixo-te livre; faço-te escravo. É o direito que todos têm de ouvir Xantós dizer que a injustiça é justa, que o sofrimento é alegria, e que este mundo foi organizado de modo a que ele possa beber bom vinho, ter uma bela casa, amar uma bela mulher. Já terminaste?

MELITA: — Um pouco mais, e ainda estarás mais bela para o teu filósofo.

CLEIA: — O meu filósofo... Os filósofos são sempre criaturas cheias demais de palavras... (*) Espécie de cama para recostar-se.

(Guilherme Figueiredo. Um deus dormiu lá em casa, 1964.)

A leitura deste fragmento da peça A raposa e as uvas revela que a personagem Cleia

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5 (Unesp 2013 - Primeira Fase)

Os donos da comunicação

Os presidentes, os ditadores e os reis da Espanha que se cuidem porque os donos da comunicação duram muito mais. Os ditadores abrem e fecham a imprensa, os presidentes xingam a TV e os reis da Espanha cassam o rádio, mas, quando a gente soma tudo, os donos da comunicação ainda tão por cima. Mandam na economia, mandam nos intelectuais, mandam nas moças fofinhas que querem aparecer nos shows dos horários nobres e mandam no society que morre se o nome não aparecer nas colunas.

Todo mundo fala mal dos donos da comunicação, mas só de longe. E ninguém fala mal deles por escrito porque quem fala mal deles por escrito nunca mais vê seu nome e sua cara nos “veículos” deles. Isso é assim aqui, na Bessarábia e na Baixa Betuanalândia. Parece que é a lei.

O que também é muito justo porque os donos da comunicação são seres lá em cima. Basta ver o seguinte: nós, pra sabermos umas coisinhas, só sabemos delas pela mídia deles, não é mesmo? Agora vocês já imaginaram o que sabem os donos da comunicação que só deixam sair 10% do que sabem? Pois é; tem gente que faz greve, faz revolução, faz terrorismo, todas essas besteiras. Corajoso mesmo, eu acho, é falar mal de dono de comunicação. Aí tua revolução fica xinfrim, teu terrorismo sai em corpo 6 e se você morre vai lá pro fundo do jornal em quatro linhas.

(Millôr Fernandes. Que país é este?, 1978.)

No último período do texto, a discrepância dos possesivos teu e tua (segunda pessoa do singular) com relação ao pronome de tratamento você (terceira pessoa do singular) justifica-se como

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4 (Unesp 2013 - Primeira Fase)

Os donos da comunicação

Os presidentes, os ditadores e os reis da Espanha que se cuidem porque os donos da comunicação duram muito mais. Os ditadores abrem e fecham a imprensa, os presidentes xingam a TV e os reis da Espanha cassam o rádio, mas, quando a gente soma tudo, os donos da comunicação ainda tão por cima. Mandam na economia, mandam nos intelectuais, mandam nas moças fofinhas que querem aparecer nos shows dos horários nobres e mandam no society que morre se o nome não aparecer nas colunas.

Todo mundo fala mal dos donos da comunicação, mas só de longe. E ninguém fala mal deles por escrito porque quem fala mal deles por escrito nunca mais vê seu nome e sua cara nos “veículos” deles. Isso é assim aqui, na Bessarábia e na Baixa Betuanalândia. Parece que é a lei.

O que também é muito justo porque os donos da comunicação são seres lá em cima. Basta ver o seguinte: nós, pra sabermos umas coisinhas, só sabemos delas pela mídia deles, não é mesmo? Agora vocês já imaginaram o que sabem os donos da comunicação que só deixam sair 10% do que sabem? Pois é; tem gente que faz greve, faz revolução, faz terrorismo, todas essas besteiras. Corajoso mesmo, eu acho, é falar mal de dono de comunicação. Aí tua revolução fica xinfrim, teu terrorismo sai em corpo 6 e se você morre vai lá pro fundo do jornal em quatro linhas.

(Millôr Fernandes. Que país é este?, 1978.)

As repetições, o uso de palavras e expressões populares, a justaposição fluente de ideias, dispensando vírgulas, e as ironias constantes atribuem ao texto de Millôr Fernandes

Tópicos dessa questão: Português

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