A chamada "Guerra dos Mascates" foi um conflito em pequena escala no nordeste brasileiro, que é caracterizado como parte dos denominados "movimentos nativistas". O conflito se deu entre duas partes: Os senhores de engenho e outros produtores agrícolas locais, agrupados em torno de Olinda, sede da Capitania de Pernambuco, e os comerciantes portugueses, chamados pejorativamente de "mascates" do povoado de Recife, então distrito dependente de Olinda.
As causas da Guerra dos Mascates foram sobretudo de natureza econômica, sendo duas as principais:
Dada esta situação com os produtores de Olinda, os bem-abastecidos comerciantes portugueses (reinóis), aproveitando a crise e a conseqüente necessidade de crédito dos senhores de engenho, enriqueceram emprestando-lhes capitais a juros altos. Com o influxo de riquezas fluindo para Recife, a cidade cresceu, e logo ameaçou eclipsar a própria Olinda, obtendo uma autorização do rei de Portugal, João V, chamada "Foral Régio", para adquirir o status de vila, tornando-se assim independente e saindo definitivamente da jurisdição dos senhores de engenho, seus devedores.
Logo após a inauguração do Pelourinho e da Câmara Municipal de Recife, os latifundiários de Olinda refugiaram-se em seus engenhos, e alguns começaram a reunir grupos de homens armados. Então o Capitão-Mor de Vitória de Santo Antão, Pedro Ribeiro da Silva, e reforços de São Lourenço da Mata, liderados por Bernardo Vieira de Melo, e de Olinda, pelo pai deste último, o coronel Leonardo Bezerra Cavalcanti, adentraram Recife. Lá demoliram o Pelourinho, rasgaram o Foral Régio, e perseguiram e mataram alguns mascates ligados ao então governador de Pernambuco, Sebastião de Castro Caldas.
Seguiu-se então uma trégua até 1711, quando os mascates contra-atacaram invadindo Olinda e incendiando diversos engenhos da região. Com a nomeação de um novo governador no fim deste mesmo ano, Félix José de Mendonça, substituindo Caldas que havia sido alvejado no conflito, pôs se um fim às hostilidades, mantendo no entanto o estatuto independente da vila de Recife, diminuindo ainda mais o poder e a relevância dos latifundiários "nativos" de Pernambuco, frente aos comerciantes reinóis.