Revelação do subúrbio
Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé, contra a [vidraça do carro1,
vendo o subúrbio passar.
O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa,
com medo de não repararmos suficientemente
em suas luzes que mal têm tempo de brilhar.
A noite como o subúrbio e logo o devolve,
ele reage, luga, se esforça,
até que vem o campo onde pela manhã repontam [laranjais
e à noite só existe a tristeza do Brasil.
1: carro: vagão ferroviários para passageiros.
Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo, 1940.
Para a caracterização do subúrbio, o poeta lança mão, principalmente, da(o)
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