A complexidade do organismo humano requer um centro organizacional de informações e comandos, que controlam ações biológicas. Emoções, pensamentos, movimentos, interações com o ambiente e todas as demais funções biológicas ficou a cargo da coordenação do conhecido sistema nervoso.
Ainda hoje, trata-se de um sistema com grandes mistérios, entretanto o avanço no campo da neurociência permitiu o descobrimento de células especializadas e organizações nervosas específicas. Essas estruturas deram suporte ao mecanismo de funcionamento do sistema nervoso e de como ele se adéqua a todas as alterações biológicas.
O sistema nervoso basicamente é composto por dois tipos celulares: neurônios (imagem a seguir) e células gliais.
Os neurônios são células especializadas em receber e transmitir informações para outros neurônios ou para outros tipos celulares. Isso quer dizer que, o neurônio recebe uma informação em seu terminal dendrítico, percorre toda a extensão do dendrito e do axônio, e por meio do seu botão axônico, transmite a informação para a célula seguinte.
Vale ressaltar as mudanças de natureza da transmissão, uma vez que os sinais recebidos ou emitidos pelos neurônios são de natureza química, isto é, há o envolvimento de neurotransmissores – noradrenalina, serotonina, acetilcolina entre outros. Enquanto a passagem da informação pelo neurônio, isto é, pelo dendrito e axônio, são de natureza elétrica. Entretanto, convencionou chamar a passagem da informação pelos neurônios responsáveis pelo envio das informações de impulso nervoso.
Por outro lado, há as células gliais, que são todas aquelas que têm como função sustentar, proteger, modular e isolar eletricamente o neurônio. Sendo assim, criam um ambiente ideal para o bom funcionamento neuronal. Dentro das células gliais, encontra-se: astrócitos, oligodendrócitos, microgliócitos e células ependimárias.
O sistema nervoso é dividido em:
Observe o esquema abaixo para melhor visualização:
Antes de iniciar a explicação da divisão funcional do sistema nervoso, é essencial e imprescindível a solidificação de dois termos: sinais eferentes e sinais aferentes.
Os sinais eferentes são todos aqueles impulsos que saem do sistema nervoso central em tomam como destino certa estrutura periférica para a atividade funcional dela – contração muscular, mastigação, contração da pupila, sudorese etc.
Os sinais aferentes são todos aqueles que tomam caminho para o sistema nervoso central para serem interpretados – odor, sabor, dor, temperatura periférica etc.
Uma vez tendo em mente esses dois termos, podemos continuar com a explicação da divisão funcional do sistema nervoso.
O sistema nervoso somático é responsável por sinais eferentes que tem como destinos músculos do tipo estriado esquelético, ou seja, responsável pelas contrações musculares conscientes.
O sistema nervoso visceral eferente também tem sinais eferentes, só que tem como destino músculos do tipo liso e estriado cardíaco, e glândulas.
Por último, há o sistema nervoso visceral aferente responsável por conectar as informações periféricas até o cérebro, como exemplo, temos os barorreceptores, que captam informações sobre a pressão do sangue na aorta e na artéria carótida (periferia) e transmitem para o sistema nervoso central.
Um importante fato reside que o sistema nervoso visceral eferente, que pode ser tanto parassimpático ou simpático. Uma das diferenças principais reside no neurotransmissor de cada uma delas, no sistema autônomo simpático, o neurotransmissor é a noradrenalina e adrenalina, já no parassimpático há o uso da acetilcolina.
Os mamíferos são caracterizados por 12 pares de nervos cranianos, sendo eles:
Par craniano | Nome | Função |
---|---|---|
NC I | Nervo olfatório | Olfação |
NC II | Nervo óptico | Visão |
NC III | Nervo oculomotor | Posição do olho |
NC IV | Nervo troclear | Posição do olho |
NC V | Nervo trigêmeo | Sensibilidade do rosto e mastigação |
NC VI | Nervo abducente | Posição do olho |
NC VII | Nervo facial | Músculos da mímica |
NC VIII | Nervo vestíbulo-coclear | Audição e equilíbrio |
NC IX | Nervo glossofaríngeo | Sensibilidade e movimentação da região oral |
NC X | Nervo vago | Inervação de vísceras |
NC XI | Nervo acessório | Voz e movimentação do tórax |
NC XII | Nervo hipoglosso | Movimentação da língua |
Os nervos raquianos são aqueles emanados pela medula espinal, e estão presentes em um total de 31 pares.
Esses nervos são responsáveis pela inervação do tronco e dos membros, tanto inferiores como superiores. Na a seguir, veremos a disposição de saída dos nervos:
Algumas funcionalidades do sistema raquidiano:
Funcionamento do reflexo
Com freqüência esbarramos a mão em algo pontiagudo ou quente demais, e, para a preservação e integridade do organismo, rapidamente retiramos a mão de perto desse estímulo doloroso. Entretanto, esse mecanismo é involuntário, ou mais conhecido como instintivo. Mas como isso funciona?
Na substância cinzenta há alguns neurônios conhecidos como interneurônios, eles são responsáveis por fazer a comunicação dos neurônios da raiz ventral com os neurônios da raiz dorsal. Sendo assim, um estímulo doloroso que ative intensamente o neurônio dorsal, é capaz de ativar o interneurônio, e este, por sua vez, ativa um neurônio ventral. Logo, um estímulo sensitivo é capaz de gerar um movimento espontâneo, sem nem mesmo perceber o reflexo durante sua ação, uma vez que o encéfalo não está envolvido nesse reflexo.
(MACK-SP/Modificado) Associe corretamente o responsável com a sua função.
(Vunesp-SP) Quando uma pessoa encosta a mão em um ferro quente, ela reage imediatamente por meio de um reflexo. Nesse reflexo, o neurônio efetuador leva o impulso nervoso para:
(FCC-SP) Um arco reflexo simples exige, pelo menos:
(Puccamp-SP) Uma pessoa que tem uma lesão no bulbo provavelmente apresenta distúrbio: