O organismo funciona como uma grande maquinaria! Desse modo, é necessário que todas as peças (células) que o compõe estejam em harmonia e funcionando adequadamente. Diante disso, o organismo desenvolveu um método que permite repor as células que, por ventura, possam falhar, ou que aumente o número de células, favorecendo o crescimento, ou, então, regenerar partes danificadas de tecido. Esse "método" é conhecido como mitose.
A mitose é um mecanismo pelo qual células dão origem a outras. Entretanto, essas células originadas são jovens e não sofreram lesão por estresse de atividades biológicas. Dessa forma, conseguem praticar a atividade biológica com muito mais facilidade, eficiência e com muito menos erros do que a células antigas.
A característica principal da mitose é que, tanto as células-filhas como a célula-mãe, possuem a mesma carga genética, isto é, o mesmo DNA. Além disso, a mitose auxiliará em outras funções, como:
As células, aptas a se dividirem, vão ter seu ciclo de vida determinado em dois períodos, um referente à interfase e outro a mitose, propriamente dita. Vale ressaltar que nesses dois períodos há divisões em fases, para facilitar o entendimento. Logo, na interfase teremos as fases G1, S e G2, já na mitose teremos prófase, metáfase, anáfase e telófase. Observe o esquema ilustrativo e a tabela:
Período | Fases |
---|---|
Interfase | G1 / S / G2 |
Mitose | Prófase / Metáfase / Anáfase / Telófase |
Fase G1: esta fase se refere ao crescimento inicial da célula, onde ela aumenta de volume, produz enzimas e faz síntese de RNA. Esses processos são essenciais para a próxima etapa.
Fase S: esta fase refere-se ao período de síntese de DNA, quando ocorre, literalmente, a duplicação do material genético. Observe o gráfico de quantidade de DNA pelas fases da divisão celular:
Fase G2: esta fase se refere a uma continuidade do crescimento elaborado pela fase G1, porém com o material genético duplicado.
Prófase: como na interfase houve a duplicação do material genético, esta fase é marcada pela condensação das cromátides duplicadas, ou cromátides-irmãs. Concomitante a esse processo, os centrossomos começam a produção dos fusos mitóticos e o envelope nuclear começa a se fragmentar. Os fusos mitóticos serão essenciais na tração em direções opostas das cromátides-irmãs, afim de gerar duas células com o mesmo material genético. Observe os processos da prófase:
Metáfase: nesta fase, os cromossomos estão alinhados no centro da célula, formando a placa equatorial. Além disso, há a ligação das fibras do fuso mitótico com os cinetócoros – região específica dos centrômeros dos cromossomos. Observe o esquema à direita.
Anáfase: nesta fase, ocorre a separação das cromátides-irmãs, além de serem tracionadas para os pólos opostos da célula. A paulatina diminuição das fibras do fuso mitótico é responsável por trazer cada uma das cromátides do centro para um dos lados da célula. Observe o esquema:
Telófase: durante essa fase, as cromátides já estão em lados opostos da célula. Outrossim, inicia-se a formação do anel contrátil, para que ocorra, agora, a divisão citoplasmática da célula. Para completar a divisão celular, há a conseqüente reconstituição do envoltório nuclear e a descondensar as cromátides. Observe o esquema:
Divisão centrípeta X Divisão centrífuga
A divisão citoplasmática de células animais ocorre de fora para dentro, logo é dita como uma divisão centrípeta. Já a de células vegetais, ocorre de dentro para fora, portanto, divisão centrífuga.
Curiosidade biomolecular
Em alguns experimentos, é fundamental uma alta quantidade de DNA dentro da célula. Dessa forma, utilizam-se substâncias químicas que inibe a formação de fusos mitóticos, que, por sua vez, impede a divisão das cromátides-irmãs e sua, conseqüente, retomada ao número certo de cromossomos. Uma das substancias mais conhecidas é a colchicina. Esta substância inibe a polimerização de moléculas que formam o fuso mitótico, parando a divisão celular na fase de metáfase.
A utilização da colchicina é ampla quando se trata de vegetais, principalmente em frutíferas, uma vez que o alto número de cromossomos permite um maior desenvolvimento do vegetal e de seu fruto. Colocando em um gráfico a utilização da colchicina em uma célula, teremos: