Curiosidades Sobre o Dia Nacional da Consciência Negra

A cada 20 de novembro é celebrado no Brasil o dia Nacional da Consciência Negra. A data é uma referência ao líder do Quilombo dos Palmares, Zumbi, assassinado pelas tropas do Brasil Colônia em 1697. Zumbi é considerado herói nacional e símbolo maior do combate ao racismo e à discriminação.

História do Dia Nacional da Consciência Negra no Brasil

O movimento negro no Brasil na década de 1970 havia indicado o dia 13 de maio (Abolição da Escravatura) como Dia Nacional de Denúncia do Racismo e o dia 20 de novembro como o Dia Nacional da Consciência Negra, recordando e homenageando o líder Zumbi dos Palmares, morto nesta última data em 1695. Posteriormente, a Lei Federal 12.519, de 2011, instituiu formalmente o dia 20 de novembro como o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

Escravos negros para o Brasil

O Brasil foi o principal destino dos escravos africanos comercializados para as Américas. Em mais de três séculos de escravos (que cobrem ¾ da nossa história), os navios negreiros fizeram mais de 11 mil viagens. Dos 10 milhões de escravos destinados às Américas, 40% eram para o Brasil e, de cada 100, apenas 45 chegavam aqui.

Quilombos no Brasil colonial

A palavra Quilombo (Kilombo) tem origem africana, indicando possivelmente jovens guerreiros Mbundu, da tribo dos Imbangala. Quilombos eram comunidades que abrigavam escravos que conseguiam fugir dos seus senhores, mas também recebiam outras pessoas em situações de resistência social, cultural e territorial. Estima-se a existência de mais de 130 quilombos de expressão no Brasil Colônia, além de outros menores, mas não menos empenhados na sobrevivência e no combate à escravidão.

Zumbi dos Palmares

Zumbi dos Palmares (1655-1695) foi o principal (e último) líder do Quilombo dos Palmares, o maior quilombo do Brasil Colonial, que chegou a abrigar mais de 20.000 pessoas. Fica situado onde hoje é União dos Palmares em Alagoas. Durante 11 anos (1680-1691) conseguiu resistir a todos os ataques contra o Quilombo dos Palmares. Traído por um dos seus comandantes, foi morto e esquartejado em 20 de novembro de 1695. Sua cabeça foi exposta na cidade de Olinda (PE).

Líderes negros de relevância: Nélson Mandela

Nélson Mandela foi Presidente da África do Sul de 1994 a 1999. Permaneceu vinte e sete anos na prisão, em função de sua militância política contra o regime do apartheid, implantado naquele país em 1948. Foi eleito Prêmio Nobel da Paz em 1993, pela sua contribuição para a paz na África do Sul e pelo fim do regime de segregação racial.

Líderes negros de relevância: Martin Luther King

Martin Luther King (1929-1968) é o mais expressivo líder negro dos Estados Unidos. Pastor batista, liderou um protesto de 382 dias de boicote ao transporte coletivo de Montgomery (Alabama), nos quais os negros só podiam ocupar os últimos assentos. Em 1965 reuniu mais de 250.000 mil pessoas em Washington, proferindo o famoso discurso “I had a dream”, no qual fala de uma sociedade onde negros e brancos vivam em harmonia. Morreu assassinado em abril de 1968.

Quilombolas

Os Quilombolas, comunidades de origem nos quilombos coloniais, buscam preservar a história dos negros no Brasil, através da culinária, cultos, cantos, festas e outros aspectos culturais e políticos da presença negra no Brasil. Já foram reconhecidas 2471 comunidades remanescentes dos Quilombos, conforme dados da Fundação Palmares. Mas a posse definitiva das terras ainda enfrenta entraves burocráticos e a própria morosidade da justiça brasileira.

População negra no Brasil: alguns dados

O Brasil é um país marcado por enormes desigualdades sociais e não é diferente quando o enfoque é racial. Brancos de um lado e negros e pardos de outro ocupam polos opostos na nossa sociedade. Informações da PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios indicam que a renda média de negros é 55% inferior à população branca. Negros e pardos representam 54% da população do Brasil, mas 75% estão entre os 10% mais pobres. A taxa de analfabetismo entre negros e pardos é o dobro dos brancos. 22,9% dos brancos tem ensino superior, contra 9,3% de pretos e pardos. Entre 2006 e 2016, os homicídios aumentaram em 23,1% na população negra, contra uma queda de 6,8% entre não negros, conforme análise do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

Cultura Negra no Brasil

É inegável a presença da cultura negra no Brasil, que se manifesta, por exemplo: na religião, com o candomblé e umbanda; nos ritmos e danças, com samba e a capoeira; na culinária, com o vatapá, sarapatel, moqueca, bobó e na própria literatura e língua portuguesa, com a incorporação de inúmeras palavras ao nosso cotidiano (samba, cachaça, moleque, quilombo, quindim, quitanda, etc.).

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