90 (FUVEST 2014 - Primeira Fase)

Revelação do subúrbio

Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé, contra a [vidraça do carro1,
vendo o subúrbio passar.
O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa,
com medo de não repararmos suficientemente
em suas luzes que mal têm tempo de brilhar.
A noite como o subúrbio e logo o devolve,
ele reage, luga, se esforça,
até que vem o campo onde pela manhã repontam [laranjais
e à noite só existe a tristeza do Brasil.

1: carro: vagão ferroviários para passageiros.

Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo, 1940.

Segundo o crítico e historiador da literatura Antonio Candido de Mello e Souza, justamente na década que presumivelmente corresponde ao período de elaboração do livro a que pertence o poema, o modo de se conceber o Brasil havia sofrido “alteração marcada de perspectivas”. A leitura do poema de Drummond permite concluir corretamente que, nele, o Brasil não mais era visto como país

Tópicos dessa questão: GeografiaLiteraturaSentimento do Mundo
89 (FUVEST 2014 - Primeira Fase)

Revelação do subúrbio

Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé, contra a [vidraça do carro1,
vendo o subúrbio passar.
O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa,
com medo de não repararmos suficientemente
em suas luzes que mal têm tempo de brilhar.
A noite como o subúrbio e logo o devolve,
ele reage, luga, se esforça,
até que vem o campo onde pela manhã repontam [laranjais
e à noite só existe a tristeza do Brasil.

1: carro: vagão ferroviários para passageiros.

Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo, 1940.

No poema de Drummond, a presença dos motivos da velocidade, da mecanização, da eletricidade e da metrópole configura-se como

Tópicos dessa questão: LiteraturaSentimento do Mundo
88 (FUVEST 2014 - Primeira Fase)

Revelação do subúrbio

Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé, contra a [vidraça do carro1,
vendo o subúrbio passar.
O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa,
com medo de não repararmos suficientemente
em suas luzes que mal têm tempo de brilhar.
A noite como o subúrbio e logo o devolve,
ele reage, luga, se esforça,
até que vem o campo onde pela manhã repontam [laranjais
e à noite só existe a tristeza do Brasil.

1: carro: vagão ferroviários para passageiros.

Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo, 1940.

Em consonância com uma das linhas temáticas principais de Sentimento do mundo, o vivo interesse que, no poema, o eu lírico manifesta pela paisagem contemplada prende-se, sobretudo, ao fato de o subúrbio ser

Tópicos dessa questão: LiteraturaSentimento do Mundo
87 (FUVEST 2014 - Primeira Fase)

Revelação do subúrbio

Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé, contra a [vidraça do carro1,
vendo o subúrbio passar.
O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa,
com medo de não repararmos suficientemente
em suas luzes que mal têm tempo de brilhar.
A noite como o subúrbio e logo o devolve,
ele reage, luga, se esforça,
até que vem o campo onde pela manhã repontam [laranjais
e à noite só existe a tristeza do Brasil.

1: carro: vagão ferroviários para passageiros.

Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo, 1940.

Considerados no contexto, dentre os mais de dez verbos no presente, empregados no poema, exprimem ideia, respectivamente, de habitualidade e continuidade

Tópicos dessa questão: LiteraturaSentimento do Mundo
86 (FUVEST 2014 - Primeira Fase)

Revelação do subúrbio

Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé, contra a [vidraça do carro1,
vendo o subúrbio passar.
O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa,
com medo de não repararmos suficientemente
em suas luzes que mal têm tempo de brilhar.
A noite como o subúrbio e logo o devolve,
ele reage, luga, se esforça,
até que vem o campo onde pela manhã repontam [laranjais
e à noite só existe a tristeza do Brasil.

1: carro: vagão ferroviários para passageiros.

Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo, 1940.

Para a caracterização do subúrbio, o poeta lança mão, principalmente, da(o)

Tópicos dessa questão: LiteraturaSentimento do Mundo
85 (FUVEST 2014 - Primeira Fase)

Considere as seguintes comparações entre Vidas secas, de Graciliano Ramos, e Capitães da areia, de Jorge Amado:

  1. Quanto à relação desses livros com o contexto histórico em que foram produzidos, verifica-se que ambos são tributários da radicalização político-ideológica subsequente, no Brasil, à Revolução de 1930.
  2. Embora os dois livros comportem uma consciência crítica do valor da linguagem no processo de dominação social, em Vidas secas, essa consciência relaciona-se ao emprego de um estilo conciso e até ascético, o que já não ocorre na composição de Capitães da areia.
  3. Por diferentes que sejam essas obras, uma e outra conduzem a um final em que se anuncia a redenção social das personagens oprimidas, em um futuro mundo reconciliado, de felicidade coletiva.

Está correto o que se afirma em

Tópicos dessa questão: Literatura
84 (FUVEST 2014 - Primeira Fase)

CAPÍTULO LXXI

O senão do livro

Começo o arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...

E caem! – Folhas misérrimas do meu cipreste, heis de cair, como quaisquer outras belas e vistosas; e, se eu tivesse olhos, dar-vos-ia uma lágrima de saudade. Esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar... Heis de cair.

Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas.

Na primeiras versões das Memórias póstumas de Brás Cubas, constava, no final do capítulo LXXI, aqui reprduzido, o seguinte trecho, posteriormente suprimido pelo autor:

[... Heis de cair.] Turvo é o ar que respirais, amadas folhas. O sol que vos alumia, com ser de toda a gente, é um sol opaco e reles, de .................... e .................... .

As duas palavras que aparecem no final desse trecho, no lugar dos espaços pontilhados, podem servir para qualificar, de modo figurado, a mescla de tonalidade estilísticas que caracteriza o capítulo e o próprio livro. Preenchem de modo mais adequado as lacunas as palavras

Tópicos dessa questão: LiteraturaMemórias Póstumas de Brás Cubas
83 (FUVEST 2014 - Primeira Fase)

CAPÍTULO LXXI

O senão do livro

Começo o arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...

E caem! – Folhas misérrimas do meu cipreste, heis de cair, como quaisquer outras belas e vistosas; e, se eu tivesse olhos, dar-vos-ia uma lágrima de saudade. Esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar... Heis de cair.

Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas.

Um leitor que tivesse as mesmas inclinações que as atribuídas, pelo narrador, ao leitor das Memórias póstumas de Brás Cubas teria maior probabilidade de impacientar-se, também, com a leitura da obra

Tópicos dessa questão: LiteraturaMemórias Póstumas de Brás Cubas
82 (FUVEST 2014 - Primeira Fase)

CAPÍTULO LXXI

O senão do livro

Começo o arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...

E caem! – Folhas misérrimas do meu cipreste, heis de cair, como quaisquer outras belas e vistosas; e, se eu tivesse olhos, dar-vos-ia uma lágrima de saudade. Esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar... Heis de cair.

Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas.

No contexto, a locução “Heis de cair”, na última linha do texto, exprime:

Tópicos dessa questão: LiteraturaMemórias Póstumas de Brás Cubas
81 (FUVEST 2014 - Primeira Fase)

Examine as seguintes afirmações relativas a romances brasileiros do século XIX, nos quais a escravidão aparece e, em seguida, considere os três livros citados:

  1. Tão impregnado mostrava-se o Brasil de escravidão, que até o movimento abolicionista pode servir, a ela, de fachada.
  2. De modo flagrante, mas sem julgamentos morais ou ênfase especial, indica-se a prática rotineira do tráfico transoceânico de escravos.
  3. De modo tão pontual quanto incisivo, expõe-se o vínculo entre escravidão e prática de tortura física.

 

  1. Memórias de um Sargento de Milícias.
  2. Memórias Póstumas de Brás Cubas.
  3. O Cortiço.

As afirmações I, II e III relacionam-se, de modo mais direto, respectivamente, com os romances

Tópicos dessa questão: LiteraturaMemórias Póstumas de Brás CubasO Cortiço

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