Curiosidades sobre Chernobyl

Antecedentes do acidente de Chernobyl

Uma das frentes de batalha dos soviéticos com os americanos durante a chamada “guerra fria” era justamente o desenvolvimento da tecnologia nuclear. Assim é que em 1977 foram instalados quatro reatores nucleares RBMK (reatores canalizados de alta potência) na Usina ou Central Nuclear de Chernobyl.

Localização de Chernobyl

A Usina Nuclear de Chernobyl localiza-se nas proximidades da cidade de Pripyat, no norte da Ucrânia, perto da fronteira com a Bielorrússia. À época do desastre nuclear, a Ucrânia fazia parte da antiga União Soviética. A cidade de Pripyat, hoje uma cidade fantasma, foi construída especialmente para abrigar os trabalhadores da Central Nuclear e chegou a contar com 50.000 habitantes.

A tragédia nuclear de Chernobyl – Parte 1

Em abril de 2020 o acidente nuclear de Chernobyl, considerado o maior da história da humanidade deste tipo, vai completar 34 anos. Uma inspeção rotineira estava programada para acontecer no reator de número 4 da usina. No entanto, possivelmente devido a falha na execução dos protocolos de manutenção, o sistema de resfriamento não funcionou, gerando superaquecimento. Houve uma explosão de vapores quentes, que destruiu o teto da usina, de mais de mil toneladas. Fragmentos de plutônio e grafite foram lançados a altas temperaturas na atmosfera. Os soviéticos tentaram “abafar” o caso, mas se viram obrigados a emitir uma declaração sobre a tragédia dois dias depois.

A tragédia nuclear de Chernobyl – Parte 2

Estima-se que a explosão tenha tido uma intensidade de 400 vezes a bomba atômica lançada pelos americanos sobre Hiroshima durante a Segunda Guerra Mundial. A fusão do reator nuclear espalhou radiação até a Suécia. A cidade de Pripyat foi evacuada um dia e meio depois, devido à exposição a altos níveis de radiação. O governo criou a chamada “zona de exclusão”, em um raio de 30 quilômetros ao redor da usina, evacuando mais de 130.000 mil pessoas.

Consequências e repercussões do acidente de Chernobyl – Parte 1

A OMS – Organização Mundial de Saúde estima que mais de 9.000 pessoas morreram em decorrência do acidente nuclear. No entanto, este é um número de difícil precisão, pois há que se considerar os efeitos da radiação, principalmente cancerígenos, em médio e longo prazo. Para se ter uma ideia, partículas atômicas se espalharam por mais de mil quilômetros, atingindo diversos países da Europa. A Bielorrúsia teve 23% do seu solo cultivável contaminado.

Consequências e repercussões do acidente de Chernobyl – Parte 2

Tudo isso precipitou uma onda de manifestações e posicionamentos ao redor do mundo contra a energia nuclear; o que, entretanto, não tem impedido a instalação de novas usinas. Só a Rússia, por exemplo, contabilizava 11 reatores nucleares em 2019, do mesmo tipo utilizado em Chernobyl. Uma enorme estrutura de contenção em aço foi feita em torno do reator 4, em 2016. Houve também implicações de natureza política, pois o acidente acelerou o processo de dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, em dezembro de 1991.

A zona de exclusão em Chernobyl

O desastre nuclear implicou na criação de uma zona de exclusão de atividades humana, em um raio de 30 quilômetros ao redor da Usina de Chernobyl, incluindo a própria usina, a cidade de Pripyat e diversos outros vilarejos. No que restou da cidade – e na ausência do homem – há hoje extensa ocupação de espécies vegetais e de animais, como lobos e alces. Há ocupação humana nos prédios e estruturas abandonadas, utilizando-se do solo contaminado para cultivo e também trabalhadores da própria Usina, que moram em Slavutych, cidade criada para abrigar sobreviventes da tragédia.

Usinas nucleares ao redor do mundo

Há atualmente cerca de 450 usinas nucleares no mundo, estruturadas para a geração de energia. Estas usinas são distribuídas em 33 países, incluindo o Brasil. Estima-se que este número pode triplicar até 2050. A França é o país que mais se utiliza desta forma de energia, seguida da Bélgica. Os Estados Unidos são os maiores produtores mundiais de energia nuclear.

Usinas nucleares no Brasil

O Brasil conta duas centrais nucleares, Angra 1 e Angra 2, localizadas no Rio de Janeiro. Uma terceira usina ainda não foi concluída. Em 15 de maio de 2009 houve um vazamento de radiação em Angra 2, contaminando quatro pessoas, segundo a CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear. Este vazamento reacendeu o debate sobre a utilização da energia nuclear (que representa 3% da energia gerada no Brasil) e dos seus efeitos em caso de desastres.

Acidente nuclear no Brasil: o caso do Césio-137

O maior acidente nuclear da história do Brasil ocorreu em Goiânia/GO, quando catadores de lixo encontraram uma máquina de radioterapia abandonada. Curiosos com o achado abriram a máquina, expondo ao ambiente o Césio-137, material radioativo. A contaminação foi rápida, com diversas pessoas relatando episódios de vômito, tonturas, náuseas e diarreias. Nos registros oficiais constam quatro mortes pela contaminação com o Césio 137. Há ainda mais de 1000 pessoas, segundo o governo goiano que teriam sido vítimas da radiação e que lutam até hoje por reconhecimento e reparação, neste que é considerado o maior acidente nuclear fora de uma usina radioativa no mundo.

Chernobyl nas telas

Em 2019 a HBO lançou a minissérie Chernobyl, que conta a história do acidente nuclear na Ucrânia, com bastante realismo. Para os que querem se inteirar mais daqueles acontecimentos, que repercute até hoje, é uma excelente pedida.

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