Vícios de Linguagem

Os vícios de linguagem são desvios da norma gramatical e são muito comuns, seja por desconhecimento das normas da língua portuguesa ou por descuido de quem fala/escreve. Os vícios de linguagem mais comuns são:

Ambiguidade

Ocorre quando uma frase ganha duplo sentido.

  • Amiga, ontem vi sua mãe passeando com sua irmã.

Sua – palavra que causa dois sentidos: o primeiro é que a mãe estava passeando com a irmã da pessoa para a qual está sendo dita a frase; o segundo é que a mãe estava passeando com a irmã, a qual seria tia da pessoa para a qual está sendo dita a frase.

Barbarismo

Ocorre quando pronunciamos ou escrevemos incorretamente uma palavra.

  • uso de cidadões no lugar de cidadãos;
  • pograma no lugar de programa;
  • proporam no lugar de propuseram.

Cacofonia

Ocorre quando, após o uso de algumas palavras numa frase, há a sonoridade desagradável ou uma palavra de sentido ridículo.

  • Por cada mil habitantes.

Por cada – sonoridade desagradável que produz uma palavra “porcada”, que no contexto é ridículo.

  • Hoje eu não vi ela.

Vi ela – sonoridade desagradável e produção da palavra “viela”, que não faz sentido.

Estrangeirismo

Ocorre quando há o uso desnecessário de palavras provenientes da língua estrangeira.

  • Sábado à noite tem aquele show pelo qual tanto esperei.

Show – a palavra aqui pode ter o uso desnecessário porque há uma correspondente em nossa língua, que é espetáculo.

Hiato

Ocorre quando há uma aproximação de vogais iguais.

Andreia irá ainda hoje ao médico.

Colisão

Ocorre quando há a sequência de consoantes (iguais ou diferentes).

O rato roeu a roupa do rei de Roma.

Eco

Ocorre quando as palavras possuem a mesma terminação. É semelhante à rima da poesia, mas esta repetição é caracterizada como vício porque ocorre na prosa.

A flor tem odor e frescor.

Pleonasmo Vicioso

Ocorre quando há uma repetição desnecessária, o que causa redundância.

  • Entra pra dentro, menino!

A expressão em destaque mostra a redundância, porque quando dizemos para alguém entrar, é para dentro de algum lugar, não sendo necessária a repetição da palavra "dentro".

Bibliografia
  • CEGALLA, Domingos Paschoal. Nova minigramática da língua portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005.

Ana Gabriela Figueiredo Perez

Estudos Literários - Unicamp

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