Humanismo

Também conhecido como segunda época medieval, o Humanismo teve seu início em meados do século XIV, na Itália, em meio à transformação do homem medieval para o homem moderno, mudança que ocorreu entre o final da Idade Média e o início do Renascimento, sendo considerado, por este motivo, um movimento de transição.

Nesta época de transição, descobertas científicas começavam a ganhar espaço na sociedade medieval, trazendo ao homem um grande avanço tecnológico. Com novas terras a serem exploradas, desenvolveram-se equipamentos que possibilitaram a expansão marítima, impulsionando o comércio através da exploração dessas novas terras.

Devido ao crescimento econômico que o comércio impulsionou, a burguesia e a nobreza começaram a ganhar espaço na sociedade, enfraquecendo o poder da Igreja Católica, o que ajudou a mudar o pensamento do homem medieval, onde Deus era o centro do universo (teocentrismo), transferindo o foco para o homem (antropocentrismo), que estava evoluindo rapidamente.

Com o poder enfraquecido, a atividade cultural da época também passou a sair das mãos da Igreja, caminhando juntamente da população e do que era considerado profano, uma vez que a expansão marítima permitiu uma troca de culturas inexistente até então por influência da Igreja. A poesia afastou-se do acompanhamento musical e novos gêneros literários como a prosa historiográfica e o teatro começaram a surgir.

Separada da música, o Humanismo trouxe uma poesia de versos mais elaborados que as cantigas trovadorescas. Recitada dentro dos palácios, a poesia humanista possuía linguagem mais rica que as poesias trovadorescas, com muitas figuras de linguagem e o abandono do amor cortês.

Em relação a prosa historiográfica, o Humanismo introduziu as crônicas históricas, relatos que estavam sempre buscando a veracidade dos acontecimentos históricos. O grande nome deste tipo de produção é Fernão Lopes, o introdutor do movimento em Portugal.

O teatro foi a grande inovação da época. Apesar do Trovadorismo também ter trazido o teatro, este era ligado à Igreja. Através de Gil Vicente, o teatro humanista surgiu para representação propriamente dita, trazendo novos padrões, voltando-se para os homens e a sociedade, demonstrando as fraquezas do ser humano.

Exercícios de Humanismo

(FUVEST/1997) Indique a afirmação correta sobre o Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente:

  • É intricada a estruturação de suas cenas, que surpreendem o público com a inesperado de cada situação.
  • O moralismo vicentino localiza os vícios, não nas instituições, mas nos indivíduos que as fazem viciosas. x
  • É complexa a critica aos costumes da época, já que o autor primeiro a relativizar a distinção entre Bem e o Mal.
  • A ênfase desta sátira recai sobre as personagens populares mais ridicularizadas e as mais severamente punidas.
  • A sátira é aqui demolidora e indiscriminada, não fazendo referência a qualquer exemplo de valor positivo.

(UFJF/1993) Sobre o Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, é incorreto afirmar:

  • o autor apresenta severa crítica à prepotência e tirania dos nobres, e à desonestidade e corrupção dos homens das leis.
  • na luta entre o Bem e o Mal são favorecidos aqueles que em vida pertenceram à classe social privilegiada. x
  • o Diabo atua como agente crítico, que revela as mentiras e falsidades das personagens.
  • pelo julgamento do Anjo, o Pavo embarca para o paraíso, uma vez que o céu pertence aos simples.
  • o autor vale-se do tema do Juízo Final para estabelecer uma crítica à sociedade, fazendo desfilar em cena os tipos sociais identificados através de suas qualidades e defeitos.
Bibliografia
  • CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Literatura – história & texto – vol 1. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
  • CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Literatura Brasileira: ensino médio. 2.ed reform. São Paulo: Atual, 2000.

Ana Gabriela Figueiredo Perez

Estudos Literários - Unicamp

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