Revoluções de 1848

Desde 1830, a França era governada por Luís Filipe de Orleans, também chamado de "o rei burguês" devido ao seu governo de cunho liberal. Aos poucos, foram surgindo grandes parcelas da população que não se viam representadas pelo rei burguês, entre elas: os republicanos, em geral a classe média de população; os legitimistas, que desejavam a volta da dinastia dos Bourbon; os bonapartistas, que liderados por Luis Bonaparte, sobrinho de Napoleão, visavam os interesses de uma burguesia descontente; e, por fim, os socialistas, representados pela classe operária. Importante ressaltar que havia uma considerável eclosão dos movimentos revolucionários advindos do proletariado devido a publicação do "Manifesto Comunista", de Marx e Engels.

A Segunda República Francesa

Como era proibido qualquer tipo de manifestação pública contra o governo, os opositores do rei organizaram a Política dos Banquetes, onde não só iriam discutir os problemas econômicos que o país enfrentava devido a uma crise climática que afetou a produção de alimentos, como também formas de se obter o poder. O primeiro desses banquetes aconteceria em fevereiro de 1848, se não fosse impedido pelo primeiro ministro Guizot, responsável por uma série de medidas que visavam estreitar o direito político do povo. O proletariado, revoltado com a atitude de Guizot, conduziu um movimento que rapidamente se estendeu por toda a França, tomando as ruas e conquistando membros até dentro da própria Guarda Nacional. Diante disso, Luís Filipe de Orleans fugiu, e em seu lugar estabeleceu-se um governo provisório, onde foi proclamada a segunda república francesa.

Caracterizada por ser uma república de caráter social, não deixou de ter diversos conflitos entre os conquistadores do poder, ou seja, republicanos, bonapartistas e socialistas. Como toda boa república, logo foram marcadas as eleições e o partido que representava a burguesia, ou seja, os republicanos, obtivera a maioria dos votos. Obviamente insatisfeito, o proletariado sai às ruas novamente, e mais uma série de conflitos são travados. Em nova eleição, no mesmo ano, Luis Bonaparte, do Partido da Ordem, consegue a maioria de votos, porém, os monarquistas continuam sendo a maioria no poder legislativo, o que sempre causa tensões dentro do próprio governo.

É então que Luis Bonaparte, em 1852, promove um golpe de Estado, o 18 Brumário de Luis Bonaparte, que o eleva a condição de imperador da França, sob a denominação de Napoleão III.

Primavera dos Povos

Recebeu tal nome o fenômeno de difusão dos ideais republicanos, nacionalistas e socialistas por toda a Europa. Entre as principais cidades, figuravam Berlim, Paris, Viena, Budapeste e até mesmo na Inglaterra. Era a Europa reivindicando sua autonomia, diante das monarquias vigentes.

Agora, os limites entre proletários e burgueses estavam perfeitamente delimitados, dando início a uma nova série de conflitos.

Bibliografia
  • FRANCO, Maria Sylvia de Carvalho. “Marc e o futuro trágico da revolução: estética e política no Dezoito Brumário de Luis Bonaparte”. São Paulo, 2002.
  • BROVE, Pierre. “Primavera dos povos começa em praga”. São Paulo: Kairos, 1979.

Marina Thaler Machado

História - USP

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