Reunificação da Alemanha

A Reunificação Alemã foi o processo em que a Alemanha tornou-se mais uma vez, em 1990, um país só, com a união da República Federativa da Alemanha, ou Alemanha Ocidental, e a República Democrática Alemã, ou Alemanha Oriental. Esse processo marcou o fim da Cortina de Ferro, e o começo do fim da União Soviética.

Antecedentes da Reunificação da Alemanha

Os principais antecedentes que levaram à queda do muro de Berlim e à Reunificação foram a queda da Cortina de Ferro e as Revoluções de 1989. Como parte de suas políticas de abertura e reforma (Glasnost e Perestroika), o premiê russo Mikhail Gorbachov efetivamente abandonou a chamada Doutrina Brezhnev, que pregava a intervenção dos países do Pacto de Varsóvia para defenderem o comunismo internamente, se necessário através da força armada. Gorbachov adotou então o que se chamou em tom de chacota a “Doutrina Sinatra”, em homenagem à música “My Way”, querendo dizer que cada país do bloco soviético era agora livre para tomar suas próprias decisões.

Essa política abriu caminho para as Revoluções de 1989, como são chamadas coletivamente os eventos que levaram à queda dos regimes comunistas na Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, Romênia e Bulgária. Ao contrário do que havia acontecido com outras revoluções e tentativas de reforma nesses países, a União Soviética não interviu, causando o efetivo colapso do Pacto de Varsóvia enquanto potência comunista, e tornando insustentável a posição da Cortina de Ferro na Alemanha, e das guarnições soviéticas lá presentes.

A Reunificação

A Reunificação propriamente dita começou na Alemanha Oriental com a chamada Revolução Pacífica, uma onda de protestos gigantescos e desobediência civil, que teve como estopim os protestos na Praça da Paz Celestial na China, que foi reprimida violentamente pelo governo chinês com o uso de tanques de guerra. O governo da Alemanha Oriental elogiou a repressão na China, o que causou uma onda de protestos solidários que acabaram se transformando em um movimento de massa. Partidos ilegais foram criados, e fóruns de discussão popular que exigiam eleições democráticas e passagem livre para a Alemanha Ocidental. Diante dessa pressão, o Politburo (comitê executivo de numerosos partidos políticos) alemão votou a favor, o que causou um êxodo enorme de pessoas para o lado Ocidental, e finalmente redundou no abandono e subsequente destruição do Muro de Berlim.

Apesar de oposição da maioria dos líderes europeus, principalmente o francês François Mitterand e a britânica Margaret Thatcher, os parlamentos das duas Alemanhas ratificaram o tratado de unificação, e a Alemanha Oriental oficialmente se incorporou à Ocidental como os estados da Pomerência, Turíngia, Mecklenburgo, Saxônia e Alta Saxônia.

Consequências da Unificação da Alemanha

Ainda que a Alemanha Ocidental tenha sido forçada a pagar os empréstimos e dívidas com os soviéticos de sua irmã Oriental, a Alemanha unificada logo passou a ser a primeira economia da europa, e mais uma vez um fator dominante em suas tomadas de decisão, papel ainda mais potencializado nos dias de hoje. A Alemanha unificada decidiu continuar permitindo a existência de bases militares americanas em seu território, juntou-se a OTAN, e ratificou o tratado da Linha Oder-Neisse, que fixava a fronteira com a Polônia, deixando com esta última os territórios alemães dados aos poloneses como reparação devido as duas Guerras Mundiais.

Bibliografia
  • MAIER, Charles S. Dissolution: The Crisis of Communism and the End of East Germany.

Pedro Padovani

História - USP

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