Franquismo

O Falangismo, ou "Franquismo", como era informalmente chamado, foi a doutrina oficial do governo da Espanha sob o General e Caudilho (líder) Francisco Franco, que governou em regime ditatorial de 1936 a 1975. O Franquismo tinha como características principais o conservadorismo, o nacionalismo e o autoritarismo.

Preceitos

O Falangismo se formou, como diversas outras doutrinas, durante a crise liberal do fim da década de 1920 e começo da década de 1930. Assim, como a maioria dessas doutrinas, rejeitava tanto a oligarquia quanto o comunismo, e via-se no papel de defensora dos proletários e dos sindicatos, embora de modo a regenerá-los moralmente, para longe do ateísmo comunista e mais próximo da tradição de uma Espanha austera e católica. A Falange ainda defendia a anexação de territórios há muito perdidos, como os Pireneus Franceses e Portugal, de modo recriar a "Grande Espanha" dos tempos áureos do rei Felipe II.

A Falange formou seus preceitos sobretudo nas eras de dois de seus líderes, Primo de Rivera, antes da Guerra Civil, e Manuel Hedilla, durante a Guerra Civil Espanhola. Primo de Rivera era um admirador confesso do Fascismo italiano, e promovia abertamente medidas como a reforma agrária e redistribuição da terra, a nacionalização do sistema financeiro e a supressão de todos os partidos políticos, de modo a implantar um sistema de partido único. Primo de Rivera foi capturado durante a Guerra Civil Espanhola pelos Republicanos, e executado em 1936.

Após a "martirização" de Primo de Rivera, assumiu o comando da Falange Manuel Hedilla, que enfatizava mais o aspecto da esquerda proletária do movimento, em favor de mais reformas e mais direitos dos trabalhadores. Hedilla aproximou muito os Falangistas do governo Nazista alemão, através do embaixador alemão na Espanha, Wilhelm Faupel, que foi o responsável pela formação e articulação de uma força expedicionária alemã pró-falangista, a Legião Condor.

Cisão e o Franquismo em Prática

Em 1937, Franco tentou tomar o poder dentro da Falange através do anúncio de sua fusão com as Juntas de Ofensiva Nacional Sindicalista, formando assim a nova Falange (FET-JONS). Hedilla, temendo uma mudança nos preceitos da Falange, superestimou seu próprio poder e organizou uma resistência, mandando um comunicado a seus seguidores para que ignorassem a fusão. Franco, esperando que Hedilla montasse um contragolpe, mandou prendê-lo e executá-lo imediatamente em 25 de Abril de 1937.

O Franquismo propriamente então estabeleceu-se. Embora cursoriamente similar ao Falangismo, o Franquismo se diferenciava em uma certa hipocrisia política, em que estabelecia uma prática muitas vezes opostas aos seus ditos princípios. Por exemplo, a Falange continuava tecnicamente admiradora do Fascismo e o imitava em grande parte, mas passou a repudiá-lo a partir de 1942 por razões políticas; Era contra o livre mercado, mas subsidiava os tecnocratas e suas empresas privadas; Afirmava-se defensora das tradições espanholas, mas exaltava as tradições da Andaluzia, como a Tourada e a Dança Flamenca, e suprimia a de outras regiões; Proclamava-se monarquista, mas impedia a posse de um rei, etc.

A morte de Franco em 1975 foi o fim da doutrina Falangista/Franquista, e, paradoxalmente, foi-lhe restaurada a monarquia, agora que não havia mais o "monarquista" Franco para impedí-la.

Bibliografia
  • PAYNE, Stanley G. A History of Fascism: 1914-1945.

Pedro Padovani

História - USP

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