Ciclo da Cana-de-Açúcar

Durante o ano de 1500 até o ano de 1822, o Brasil esteve na posição e colônia de Portugal. Em um primeiro momento, datado de 1500 a 1530, este enorme país ficou praticamente abandonado e houve apenas duas expedições que trouxeram os lusitanos para cá, uma de reconhecimento e outra que visava proteger o litoral. O interesse pelas terras brasileiras só começou quando a Índia já não mais rendia lucros exorbitantes para Portugal, e quando os ataques franceses à costa brasileira se tornou algo ameaçador.

Em sua primeira missão colonizadora, Martin Afonso de Souza fundou a primeira vila brasileira, São Vicente, que também será o local de instalação do primeiro engenho de açúcar. A escolha pelo plantio da cana-de-açúcar foi de ordem climática, econômica e estratégica. O clima do nordeste brasileiro era o ideal para tornar o plantio extremamente rentável, além de que, as extensas plantações tratariam de ocupar o litoral.

A sociedade e o plantation

Baseado em um esquema de plantation, ou seja, latifúndios monocultores sustentados por mão de obra escrava (negra e indígena, em um primeiro momento), o engenho de açúcar permite que se crie no Brasil uma estrutura econômica e, sobretudo social. Junto com ele vieram as grandes propriedades e a sociedade escravocrata e patriarcal (dicotomicamente dividida entre senhores de engenho e escravos, entre a casa grande e a senzala). Os donos de terra eram em gerais os donatários, ou seja, os donos das capitanias hereditárias e, portanto, possuíam vínculos com a coroa portuguesa.

Invasões holandesas

Durante o ciclo do açúcar, o Brasil foi invadido duas vezes pela Holanda. A primeira invasão data de 1624 a 1625. A curta duração nos indica que sua expulsão ocorreu de maneira relativamente fácil, porém não deixaram de sair do Brasil com o conhecimento tecnológico da produção do açúcar. Sendo assim, instalaram-se na América Central e após o saque de um navio espanhol carregado de ouro, puderam montar sua própria estrutura açucareira. Foi a Insurreição Pernambucana, de 1630 a 1654, que marcou a expulsão definitiva dos holandeses do Brasil.

Governo de Maurício de Nassau

Vale ressaltar o governo de Maurício de Nassau, holandês que promoveu algumas significativas mudanças durante os anos de 1637 a 1644. Através da concessão de empréstimos, Nassau se tornou popular e chegou a urbanizar Recife. Porém, tal feito não foi bem visto pela Companhia das Índias Ocidentais, que o obrigou a cobrar esses empréstimos e aumentar os impostos, o que acabou por causar sua substituição.

Declínio do ciclo da cana-de-açúcar

Após a invasão holandesa e o começo do cultivo da cana de açúcar nas Antilhas, a economia açucareira o Brasil estava fadada ao declínio, devido à concorrência. Acredita-se que o açúcar tenha rendido mais lucros à Holanda do que ao Brasil.

Bibliografia
  • Freyre, Gilberto. "Casa Grande e Senzala". Círculo do Livro, São Paulo: 1933.
  • Ricupero, Rodrigo. "A formação da elite colonial: Brasil c.1530 - c.1630". São Paulo: Alameda, 2009.

Marina Thaler Machado

História - USP

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