BRICS

O termo BRIC foi instituído pelo economista inglês Jim O'Neill, em 2001, num estudo chamado “Building Better Global Economic BRICs”. O termo faz referência as letras iniciais de Brasil, Rússia, Índia e China, que são os países que apresentavam as melhores taxas de crescimento entre os países sub-desenvolvidos no planeta. Em 2006, nos Estados Unidos da América, os representantes de cada país se reuniram e assinaram um agrupamento comercial, promovendo uma interação comercial entre eles e o desenvolvimento da política externa desses países perante a Organização das Nações Unidas (ONU), desse modo oficializando o termo perante as demais instituições.

Em 2011, na III Cúpula do BRIC, os chanceleres locais se reuniram e votaram a favor do ingresso da África do Sul ao agrupamento, que passou a ser denominado BRICS (Brazil, Russia, India, China e South Africa). O agrupamento é um elemento chave para a economia mundial, tanto que em 2003 os quatro países eram responsáveis por 9% da economia mundial, passando a representar 14% em 2009 e em 2010 (já contabilizando o PIB sul-africano) representava 18% (US$ 11 trilhões), apesar da recente crise econômica mundial. Além da importância visível na esfera econômica, os cinco países em conjunto representam em torno de 40% da população mundial.

Jim O’Neill previu que os quatro países primários do grupo seriam os de melhores taxas de crescimento até 2020. Para poder entender o porquê disso, confira os detalhes primordiais de cada um deles:

País Regime População PIB (nominal) IDH Crescimento
Brasíl República Presidencialista 190,7 mi 2,023 trilhões 0,718 7,5%
Rússia República Semipresidencialista 142,9 mi 1,476 trilhões 0,755 4%
Índia República Parlamentarista 1,21 bilhão 1,430 trilhões 0,547 8,6%
China República Unipartidária 1,3 bilhão 5,745 trilhões 0,687 10,3%
África do Sul República Parlamentarista 49,9 milhões 354,414 bilhões 0,619 3,1%
Detalhes sobres os países formadores dos BRICS

Os dados foram obtidos da Agência Senado (2010).

Características dos países

Os participantes do grupo possuem características econômicas em comum, como grande volume de exportação de recursos minerais e commodities, forte acolhimento de capital estrangeiro, crescimento regulado, mão de obra barata e abundante e melhoria nos aspectos sociais (aumento do IDH, diminuição da pobreza e etc.). Por outro lado, negativamente, se destacam a ainda situação precária da saúde pública, infraestrutura e a política educacional, com exceção da China.

Brasil

O Brasil é o maior produtor agrícola do mundo, sendo sua economia, em grande parte, dependente da exportação de produtos primários (commodities), como soja, trigo e carne bovina. Além disso, se destaca pelos recursos minerais existentes em seu território: minério de ferro, aço e petróleo. A partir de investimento estrangeiro e parceria com grandes empresários locais, busca aumentar seu processo de industrialização, principalmente na produção de produtos tecnológicos.

Rússia

O representante europeu é o segundo maior exportador de petróleo do mundo. Possuidor de grandes quantias de recursos naturais, como ferro, aço e alumínio e indústria maquinária, o país apresenta um extenso mercador consumidor ativo. Diferentemente do Brasil, o país carece de produtos naturais básicos e já possui uma frente industrializada por todo território.

Índia

Dentre os países envolvidos, a Índia é o menos desenvolvido. Com a recente abertura do mercado, o país vem recebendo grandes volumes de investimento de capital estrangeiro, principalmente norte americano e árabe. Possui uma fortíssimo parque indústrial financiado, primarialmente, por capital estrangeiro. Destaca-se a produção de manufaturados, textil e tecnologia.

China

A China é o país de maior destaque no grupo. Com um intenso processo educacional (cerca de 99% da população jovem é alfabetizada), o país faz um incisivo investimento na indústria de base, com enfoque aos bens de consumo e tecnologia. Com um extensa mão de obra, o país após a abertura de seu mercado para investimentos estrangeiros, registra consecutivos crescimentos acima de 10% anuais.

África do Sul

O último país a entrar no grupo foi a África do Sul. É o país mais rico da região africana, com cerca de 20% do continente, e um dos maiores exportadores de minérios do planeta. É o principal exportador de ouro, platina e manganês, além de grande destaque na exportação de diamantes e gás natural. Ressalta-se também a agricultura local, sobretudo cana-de-açúcar, milho e trigo. Com extensas relações com o mercado asiático, a África do Sul deve liderar a lista de crescimento anual em 2012.

Gustavo Couceiro

Ciências Sociais - Unicamp

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